Estamos diante de um tema novo e uma situação histórica inédita e as pessoas ainda não se deram conta de que fotografar ficou fácil, mas manter essa coleção exige trabalho, cuidado e recurso financeiro. Sem isso, as nossas memórias e de nossas famílias, aquilo que nos contam, recontam, relembram momentos, lugares, pessoas da nossa trajetória de vida estão em risco.

No fim das contas, com as câmeras nos celulares (segundo dados da FGV divulgados em 2020, no Brasil há em média, mais de 1 smartphone por habitante) todo mundo fotografa, e muito. Mas, para a grande maioria das pessoas essas fotos não tem estado em segurança e são pouco acessíveis, se tornando um amontoado de arquivos espalhados em diferentes suportes, no notebook, no celular, na nuvem, num chip antigo, etc.

Sócias e amigas, Tatiana Laura e Renata Fontanillas são duas profissionais que atuam no setor cultural. Acostumadas a trabalhar em espaços culturais e museus e envolvidas com acervos e objetos de memória, percebem que a fotografia como legado pessoal se estabeleceu em um novo suporte, agora digital, mas que pouco se fala sobre os cuidados que o digital exige para sobreviver a longo prazo.  E assim, inspiradas pelas boas práticas de organização e conservação aplicadas aos museus e instituições, elas desenvolvem um método para trabalhar as coleções pessoais e ajudar as pessoas a manterem as suas memórias vivas, presentes e em segurança – uma verdadeira museologia doméstica do séc. XXI. 

Assim, vimos que era preciso iniciar um movimento que incluísse reflexão e ação e foi daí que nasceu a Academia da Foto, um ambiente para ensinar as pessoas a cuidar das suas memórias pessoais, de seus acervos individuais, isto é, do patrimônio de cada um de nós.